
Os povos eslavos espalharam-se pela Europa, principalmente
pela parte oriental. Sua origem é indo-européia ou ariana e fazem parte do
grupo germano-leto-eslavo. Ocuparam a região do Dnieper e o Don, além das regiões
bálticas. Avançaram posteriormente para as regiões da Pomerânia (região entre a
Alemanha e a Polônia), Mecklemburgo (atual Alemanha), Brandemburgo (Alemanha),
Saxônia (Alemanha), Boêmia Ocidental (atual República Checa), baixa Áustria
(atual Áustria), Estíria do Norte (Áustria) e a Caríntia setentrional
(Áustria). Dentre os atuais povos que são de origens eslavas estão os russos,
bielorrussos, ucranianos, bósnios, croatas, macedônios, montenegrinos, checos,
poloneses, eslovacos, eslovenos, sérvios, búlgaros, letãos, lituanos e
estonianos. Segundo Tássilo Orpheus Spalding, na obra Dicionário das Mitologias
Européias e Orientais, livro este base do presente trabalho, os povos eslavos
estavam divididos em três grandes grupos:
Eslavos
Ocidentais: os poloneses ou lekhes, repartidos entre a Polônia, Rússia, Prússia
(hoje parte da Alemanha), e a Áustria; os checos e os eslovacos nas regiões da
Boêmia e Moravia (atual República Checa e Eslováquia); os vendes ou sorbes,
entre a Lusácia (região nas atuais Alemanha, República Checa e Polônia), Prússia
e o reino da Saxônia).
Eslavos
Meridionais: iugoslavos, localizados na antiga Bulgária, Trácia (região nas
atuais Grécia, Turquia e Bulgária), Macedônia, Croácia, Eslavônia (atual
Croácia), Dalmácia (região nas atuais Croácia, Bósnia Herzegovina e
Montenegro), Ístria (região nas atuais Croácia, Eslovênia e Itália),
Montenegro, Herzegovina, Bósnia e Sérvia, e os eslovenos da Caríntia, da
Carníola (atual Eslovênia) e de uma parte da Estíria e da Ístria.
Eslavos
Orientais: russos, prutenos, ucranianos, bielo-russos e russos brancos.
A principal referencia para a Mitologia Eslava é o livro de
Veles. Segundo a crença eslava, o principal símbolo cósmico era a Árvore do
Mundo, Yggdrasil, que também era conhecida dos escandinavos. Os eslavos
imaginavam que o mundo estava situado nessa árvore que segura todo o universo.
Em sua copa estava o Paraíso eslavo, conhecido como Svarga, residência de
Svarog. Em suas raízes estava o inferno, residência de Chernobog, Morena e
Zmey. Segue abaixo a lista dos reinos:
YAV – O mundo material que fica localizado no tronco da árvore,
onde estão os seres vivos.
NAV – Mundo imaterial.
PRAV – São as leis que governam os mundos acima citados.
Panteão dos deuses eslavos:
DAZBOG

Identificado como deus do sol, é filho de Svarog. É
um dos principais deuses do culto eslavo, também identificado como um herói.
Seu nome significa “dispensador de riqueza”. Segundo a mitologia eslava, Dazbog
é um dos sete deuses cuja estátua o príncipe Vladimir de Kiev colocou em um
altar erguido em frente ao seu palácio.
PERUN

Deus supremo do panteão eslavo, também é o senhor
das tempestades, dos relâmpagos, dos juramentos e do trovão. Era cultuado
principalmente por nobres russos quievitas. Seu nome deriva de piorun, que
significa “raio”. Em outras fontes era o responsável por fertilizar a terra e
conhecido por ser temperamental. Possui semelhança com o deus nórdico Thor, por
ter como arma um martelo que quando é atirado retorna a sua mão. Seu principal
mito está ligado a Veles, deus do submundo, que roubou seu gado, filhos e
esposa. Perun conseguiu derrotar Veles, o enviando novamente para o submundo.
SVANTEVIT

Divindade suprema, deus da guerra e do destino.
Caracterizavam-no como policéfalo e em uma das mãos carregava uma trompa feita
de metal precioso; seu sacerdote enchia de vinho essa trompa a fim de saber
como seria a vindima, colheita das uvas. Seu nome significa “senhor forte”. Em
outras versões o caracterizam como carregando uma espada ou um arco em uma mão
e na outra um chifre. Dentre alguns elementos que dependiam de Svantevit
estavam às vitórias nas batalhas, as viagens dos comerciantes e uma boa
colheita.
SVAROG

Deus do fogo e da ferraria. Os fieis, para atraírem
a benevolência dessa divindade atiravam para o céu grãos a fim de assegurarem
boas colheitas. Seu nome está ligado etimologicamente à palavra polonesa
swarzýc, que significa “disputar”, “ficar colérico”. Em outras fontes é
considerado o deus do céu e o criador do mundo, dos demais deuses e dos homens.
TRIGLAV

Deus da Pomerânia Ocidental (região hoje entre a
Alemanha e a Polônia) caracterizavam-no com três cabeças, cada uma
representando os três reinos: Céu, Terra e Subterrâneo. Segundo os mitos essas
cabeças representam os 3 mundos que o deus governou. Também atribuíam a Triglav
ter sobre os olhos e os lábios uma liga de ouro para que ele não possa ver os
pecados das pessoas e nem falar sobre elas. Possuía um templo em Szczecin,
atual Polônia, notável por pela arte e riqueza que o adornava.
VOLOS

Deus do gado, da propriedade e do comércio; era
adorado pelos antigos checos.
ZARIA

Deusa da beleza, conhecida também pelo epíteto
“noiva celestial”. Também era conhecida como uma sacerdotisa da água que
protegia guerreiros. Seu nome significa, em russo, “nascer do sol”.
ZORYA

Deusas guardiãs da noite, sendo uma a estrela da
manhã (Zorya Ultrennyaya) e a outra da tarde (Zorya Vechernyaya). Segundo a
mitologia elas vigiam o cão Simargl, que está acorrentando na estrela Polaris
da constelação de Ursa Maior. Caso a corrente quebre ele poderá devorar todo o
universo. São as responsáveis por abrirem e fecharem os portões para a saída da
carruagem do sol.
ZIVA
Deusa adorada na Rússia, também identificada como
deusa do amor e da fertilidade. Seu nome significa “viver, ser existente”. Seu
equivalente masculino é Siebog.
BERSTUK
Deus do mal das florestas.
FLINS
Deus da morte. Segundo a mitologia na Polônia havia
uma grande pedra onde seriam realizados cultos a essa divindade.
KOLIADA
b 

Deusa responsável por trazer o sol a cada dia,
também considerada deusa do céu. Sempre é perseguida por Mara que pretende
dete-lá e deixar o mundo em uma escuridão total.
PORENUT e POREVIT
Deuses eslavos representados com cinco
cabeças. Seu culto centrava-se em Charenza, na Rugia.
RADOGOST
Deus adorado na cidade Radoszcz; possuía um
templo de madeira sustentado por cornos e chifres de animais, com imagens
esculpidas nas paredes e no interior do templo. Também era adorado como deus da
hospitalidade.
RUIEVIT

Deus que possuía sete faces feitas de carvalho.
STRIBOG

Cultuado como deus dos ventos, do céu, do ar,
ancestral dos ventos das oitos direções.
KUPALA

Deusa das ervas, feitiçaria, do sexo e do verão,
sua origem é polonesa. Também era cultuada como a mãe d’água, associada às
flores, árvores e ervas. Seu principal festival, conhecido como Sobótka,
realizava-se no solstício de verão, onde se celebrava dois elementos: a água e
o fogo.
. KUPALO

Versão masculina de Kupala; é associado a São
João, sendo sua festa no dia 24 de junho.
MOKOSH

Deusa relacionada às atividades femininas da
tosquia, fiação e tecelagem, de origem russa.
ROD

Na mitologia eslava é considerado o criador do
universo; no neopaganismo é frequentemente considerado o criador de toda a vida
existente.
ZIRNITRA

Deus da feitiçaria, representando como um dragão
negro. Seu nome significa “magicamente fortalecido”.
ZLOTA BABA

Deusa de origem polonesa, chamada “mulher
dourada”, por transmitir oráculos representados em ouro.
IAROVIT

Deus da vegetação, da fertilidade e da primavera;
comumente é associado a guerra e da colheita. Também era conhecido como “senhor
severo” e seu culto estava centrado nas cidades de Wolgast e Havelberg (cidades
atuais da Alemanha). Sua ligação com a guerra estar no uso de um escudo que era
guardado em seu templo para obterem vitórias nas guerras. Segundo a mitologia,
ao nascer Iarovit foi roubado e entregue ao deus do submundo, Veles, mas
conseguiu renascer e assim iniciou o ciclo das estações do ano.
MORANA
Deusa da colheita, da bruxaria, do inverno e da
morte. Seu mito ligado a colheita está relacionado com Iarovit por ser esposa
deste. Ela foi a primeira a notar que Iarovit havia regressado do submundo e
ambos apaixonaram-se. Segundo o mito, Iarovit traiu Morana e esta ou, segundo
outra versão, Perun, o mata. Assim fica clara a função de deus da vegetação de
Iarovit, o ciclo vegetativo das colheitas. Sem o marido Morana torna-se uma
bruxa terrível e senhora do inverno.
BELOBOG
Deus da Luz e do Sol, geralmente cultuado como
“deus branco” em oposição a Chernobog, deus da escuridão e da maldição. Esse
simbolismo dualista, o branco e o preto, o bem e mal, foram comuns nos mitos
eslavos. Segundo algumas pesquisas feitas por especialistas, diversas
representações sobre essa dualidade foram encontradas, onde havia uma estrutura
que melhor sintetizava esse mito: um rio correndo, onde do lado oeste com um
nome que indicava o mal, a escuridão e do outro lado um pico com o sol e o céu.
CHERNOBOG

Deus da escuridão e da maldição, em
contraposição a Belobog.
DODOLA

Deusa da chuva, e esposa de Perun, deus do trovão.
Segundo os eslavos a origem da chuva estava ligada a Dodola quando esta
retirava leite das vacas celestiais. Também afirmavam que na primavera saia
voando e espalhava sobre as vegetações vernais, decorando as árvores e as
flores.
HORS

Deus do sol de inverno, da cura, da sobrevida,
representado como o triunfo da saúde sobre a doença. A principal fonte onde
cita Hors está no Conto da Campanha de Igor, onde descreve Hors como o deus do
disco solar que se movia através do céu durante o dia e a noite sob o solo. Seu
culto ganhou importância no reinado de Vladmir I de Kiev, na antiga Rússia,
onde teve sua estátua colocada em frente a colina do palácio.
LADA

Deusa da harmonia, da alegria, da juventude, do amor
e da beleza. Seu nome é comumente citado em casamentos eslavos e bálticos, e em
diversas canções populares.
JUTHRBOG

Deusa da lua.
KAREWIT
Deus protetor da cidade de Charenza na Rugia
(antiga tribo germânica). É retratado com duas faces, uma cabeça de boi no seu
peito e uma de galo no ventre. Também o descrevem com 6 cabeças, sendo 4
masculinas e 2 femininas.
KRESNIK
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Deus do fogo, do solstício de verão e das
tempestades. Comumente é associado à Svarog. Segundo a mitologia, Kresnik
evoluiu de um herói nacional que residia em uma montanha com um cervo de
chifres de ouro. Também foi reconhecido como um rei mítico que possuía uma magia
forte.
KOLIADA

Deusa do céu, responsável por trazer a tona um
novo sol todos os dias, sendo por isso caçada por Mara que tenta trazer a
escuridão total para o mundo.
BEREHYNIA

Deusa protetora do lar, anteriormente era
cultuada como um espírito, mas depois foi elevada a categoria de deusa.
JARILO

Divindade masculina da fertilidade, da vegetação,
da primavera, também sendo associado à guerra e a colheita. É uma das
divindades mais antigas do panteão eslavo. Ele é um dos filhos de Perun raptado
por Veles, deus do submundo. Seu retorno do submundo corresponde à chegada da
primavera nos cultos eslavos.
DZYDZILELYA

Deusa do amor e do casamento na mitologia
polonesa, também associada da sexualidade. Seus atributos assemelham-se aos da
Afrodite grega e da Freia nórdica.
MAT ZEMLYA

Denominação usada para diversas divindades
ligada as plantas, o nascimento, criação, sendo também patronos dos trabalhos.
Conhecida como Mãe Terra, faziam-se juramentos em seu nome tocando-a, assim
como confessar pecados. Os devotos não lhe davam características humanas, adorando-a
em sua forma natural.
OZWIENA

Deusa do eco, similar a ninfa grega.
Representam-na como a comunicação humana, divulgadora de discursos e ações.
Muitas vezes é descrita como a deusa da fofoca por ser incapaz de manter
qualquer conversa secreta ou segredo. Se não gostasse de alguém, Ozwiena fazia
com que o discurso dessa pessoa fosse distorcido. Também era adorada como deusa
da fama e da glória.
PORVATA
Deus dos bosques. Não possui representação e era
adorado como uma manifestação das florestas.
IPABOG
Deus da caça. É descrito como uma figura pequena,
com uma cabeça enorme, barba longa e reta, usando um capacete redondo com dois
chifres e um vestido sem forma que chega até os joelhos adornados com
implementos de caça.
MAROIWIT

Deus dos Pesadelos
MARZYANA – Deusa dos grãos e das colheitas

GABIJA

Deusa do fogo e da lareira na mitologia lituana, protetora do lar e das famílias, provedora da felicidade e da fertilidade. Podia assumir formas humanas e zoomórficas. Alimentavam-na com oferecendo pão e sal.

Deusa do fogo e da lareira na mitologia lituana, protetora do lar e das famílias, provedora da felicidade e da fertilidade. Podia assumir formas humanas e zoomórficas. Alimentavam-na com oferecendo pão e sal.
OYNYENA MARIA

Deusa do fogo na mitologia polonesa, auxiliar de Perun.
Deusa do fogo na mitologia polonesa, auxiliar de Perun.
PEKLENC

Divindade do submundo e juiz divino. Dominou o fogo subterrâneo pelo quais os metais e pedras preciosas eram forjadas. Como juiz divino punia os ímpios, mas dava oportunidade para se redimirem. Os que forem condenados transformavam-se em pedra, no caso dos cruéis, em lobisomens os briguentos e os que não tinham compaixão eram transformados em criaturas que se alimentavam dos seus próprios corpos. Também era capaz de punir povos inteiros através de inundações e punia também os péssimos governantes enviando espíritos malignos para que aqueles abandonassem seus reinos.

Divindade do submundo e juiz divino. Dominou o fogo subterrâneo pelo quais os metais e pedras preciosas eram forjadas. Como juiz divino punia os ímpios, mas dava oportunidade para se redimirem. Os que forem condenados transformavam-se em pedra, no caso dos cruéis, em lobisomens os briguentos e os que não tinham compaixão eram transformados em criaturas que se alimentavam dos seus próprios corpos. Também era capaz de punir povos inteiros através de inundações e punia também os péssimos governantes enviando espíritos malignos para que aqueles abandonassem seus reinos.
PERCUNATELE
Mãe de Perun
PODAGA

Deus da caça, da pesca e da agricultura.

Deus da caça, da pesca e da agricultura.
SIEBOG
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Deus do amor e do casamento. É casado com a deusa Ziva.
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Deus do amor e do casamento. É casado com a deusa Ziva.
SILINIEZ – Deus-madeira da mitologia polonesa, sendo o musgo
das madeiras sagrados ao seu culto.
SUDICE

É o destino na mitologia eslava. Espíritos dos julgamentos são representados como três idosas que se aproximam das crianças recém-nascidas e predizem seu destino.
É o destino na mitologia eslava. Espíritos dos julgamentos são representados como três idosas que se aproximam das crianças recém-nascidas e predizem seu destino.
SUDZ – Deus do destino e da glória na mitologia polonesa. É
ele quem determina quem será rico ou pobre: aqueles que nascem quando o deus
espalha torrões de ouro estão destinados a serem ricos; quando espalha barro estão
destinados a serem pobres.
VARPULIS

Deus dos ventos e das tempestades, companheiro de Perun.
Deus dos ventos e das tempestades, companheiro de Perun.
ZEMYNA – Deusa da terra na mitologia lituana. Personifica a
terra fértil e nutre toda a vida na terra. Seu culto também está ligado à morte
porque segundo os mitos, tudo que surge da terra volta para a terra.
ZISLBOG – Deusa da lua na mitologia wendish.
ZYWIE – Deusa da saúde e da cura, da regeneração e do
renascimento.
By Stela Bagwell
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