PERSONAGENS E CRIATURAS DA MITOLOGIA ESLAVA
KIKIMORAS

Kikimoras são espíritos domésticos femininos da mitologia
eslava, algumas vezes casadas com Domovois (florestas) ou Leshys (pântanos).
São geradas através de crianças mortas sem batismo ou abortadas, vivendo
habitualmente no porão, despensa ou atrás do fogão onde podem facilmente vigiar
as tarefas domésticas. Ás vezes podem ser encontradas também em pântanos ou
bosques. Podem ser consideradas tanto boas criaturas quanto más.
Sua aparência é descrita de três maneiras: Como uma bruxa
com a cabeça tão pequena como um dedal e um corpo tão fino quanto palha; Como
uma mulher média com o cabelo escorrido e coberto com um pano; Como uma bruxa
corcunda, pequena e usando roupas velhas e sujas.
Kikimoras são relacionadas à morte, sendo que os espíritos
que surgem dos abortos aguardam a morte da mãe para levá-la. Sua presença se dá
através do sono, sonhos, da noite e principalmente dos pesadelos. As Kikimoras
foram a primeira explicação tradicional no folclore russo para a paralisia do
sono.
É notada nas casas principalmente nos longos períodos de
inverno e na noite antes do Natal através de ruídos feitos para impedir o sono
dos moradores, jogando pratos no chão, desplumando as aves, fazendo cócegas,
prejudicando à agricultura e animais, tosquiando as ovelhas e etc. Às vezes a
Kikimora se revela antes da morte de alguém da família, saindo da
clandestinidade ao chorar (igualmente Banshees).
Sua aparição na casa, celeiro, estábulo ou silo é
considerada mau presságio. Os camponeses acreditam que a Kikimora pode entrar
voando através de frestas ou partes inacabadas durante a construção ou reparo
da casa e para evitar colocam bonecas de trapos com a imagem do espírito em
baixo da viga principal ou no canto dianteiro da casa, pois uma vez dentro da
moradia é difícil expulsá-la.
Enquanto os proprietários da casa dormem ou saem as
Kikimoras fiam pelos cantos da casa, onde raramente alguém percebe, mas quando
seu fiado é visto dá-se como presságio de morte de quem o percebeu. Em alguns
casos, geralmente quando a casa é bem conservada, esses espíritos são amigáveis
ajudando a família com tarefas domésticas, fazendo pão, cuidando das crianças e
animais, lavando pratos, alimentando as galinhas e cantando ou assobiando para
as crianças dormirem ou pararem de chorar durante a noite.
Para apaziguar uma Kikimora é necessário lavar todos os
potes e panelas com chá de samambaia. Parte de seu nome, "mora", faz
referência a "pesadelo" em croata. Acredita-se que o nome é derivado
da palavra "kikka-murt", que significa "espantalho". Apenas
"mora" ou "mara" representa outro tipo de espírito na
antiga mitologia eslava (polonesa, romena, sérvia).
O BAUK

Bauk (em
sérvio: Баук) é uma criatura mítica do folclore da Sérvia. Sua aparencia é de
forma animal grande e grotesca. O mosntro é descrito com o habito de se
esconder em lugares escuros, buracos ou casas abandonadas, esperando para
agarrar e carregar pra longe sua vítima afim de devora-la. A criatura pode ser afugentada com a utilização de luz forte e barulhos
altos. O monstro tem um passo desajeitado (bauljanje) e sua onomatopeia é bau.
A
interpretação dos atributos do Bauk leva à conclusão de que o Bauk é na verdade
a descrição fantástica de seres baseados em ursos reais, que já tinham sido
regionalmente extintos em algumas partes da Sérvia e conhecidos apenas como uma
lenda. A palavra "bauk" foi inicialmente usada como um hipocorismo.
ALKONOST
Alkonost é o
pássaro do paraíso na Mitologia Eslava. Ela tem o corpo de um pássaro com rosto
de mulher. O nome Alkonost vem de semi-deusa grega Alcíone transformada pelos
deuses em um martim-pescador. A Alkonost se reproduz botando seus ovos na costa
marítima e depois colocando eles na água. O mar então se acalma por seis ou
sete dias ao ponto que os ovos chocam, formando uma tempestade. Para a Igreja
Ortodoxa Russa Alkonost personifica a vontade de Deus. Ela vive no paraíso, mas
vem para o nosso mundo para entregar mensagens. Sua voz é tão doce que qualquer
pessoa que a ouve pode esquecer de todas as coisas. Diferente de Sirin,
criatura similar, ela não é maldosa.
RUSALKAS
Rusalkas são
ninfas aquáticas, mulheres-peixe, sereias-demônios ou fantasmas do rio oriundas
da mitologia eslava. Outra origem afirma que Rusalkas podem ser geradas do
espirito de donzelas que morrerão afogadas em rios ou lagos.
As rusalkas
são perigosas entidades femininas da água no folclore russo, geralmente
consideradas espíritos de jovens afogadas. A palavra "rusalka",
segundo o lingüista germano-russo Max Vasmer, referia-se originalmente às
danças de roda das jovens na festa de Pentecostes (mais conhecida, no Brasil,
como festa do Divino Espírito Santo).
Durante os
meses de inverno, as rusalkas vivem no fundo da água, sob o gelo. No verão,
principalmente na chamada Semana das Rusalkas (Rusal'naia, no início de junho),
podem deixar a água e subir às árvores das florestas vizinhas, tornando-se um
perigo para os homens que se aventuram nas suas proximidades. Trepam aos galhos
de salgueiro ou vidoeiro que pendem sobre a água e à noite, quando o luar
ilumina a floresta, descem das árvores e dançam nas clareiras. Às vezes, vão às
fazendas para dançar. Os russos do sul dizem que os lugares onde elas dançam
podem ser encontrados procurando-se por pontos onde a grama cresce mais espessa
e o trigo mais abundante. Esses círculos são chamdos хороводы, korovodyi em
russo, ou korowody, em polonês. Até os anos 1930, o enterro ou banimento ritual
das rusalkas no final da Rusal'naia permaneceu como um entretenimento comum.
No norte da
Rússia, as rusalkas têm a aparência de mulheres afogadas nuas, cadavéricas, com
olhos que brilham com um maligno fogo verde, ou então brancos, sem pupilas.
Ficam na água ou perto dela, à espera de viajantes descuidados. Arrastam as
vítimas para a água, onde as aterrorizam e torturam antes de matá-la.
No sul da
Rússia, aparecem como belas jovens em roupas leves, com rostos como o luar.
Atraem suas vítimas cantando docemente nas margens dos rios, enquanto trançam
seus longos cabelos. Quando a vítima entra n'água para encontrá-la, a rusalka a
afoga.
Além disso,
as rusalkas podem arruinar as colheitas com chuvas torrenciais, rasgar redes de
pesca, destruir represas e moinhos d'água e roubar roupas, linho e fios das
mulheres humanas. Entretanto, os viajantes podem proteger-se ao passar perto da
água se levarem algumas folhas de losna (Artemisia absinthium). Espargir losna
em qualquer coisa que uma rusalka possa querer roubar ou destruir também as
mantêm à distância. Se elas se tornarem particularmente preocupantes em uma
região, grandes quantidades de losna devem ser espargidas no rio ou lago.
Em russo
moderno, as sereias são também chamadas de rusalki.
LESHIY

Leshiy são
espíritos protetores das árvores e animais selvagens na mitologia eslava. Há
também leshachikha ou leszachka, que são leshiy fêmeas, e leshonky, que são os
filhos dos leshiy.
Leshiy são
descritos com a aparência de camponeses altos, com olhos verdes brilhantes que
contrastam com sua pele pálida, bochechas azuladas (por causa de seu sangue
azul), barbas e cabelo de grama e sapatos do avesso, possuindo as vezes cauda,
cascos e/ou chifres. Podem transformar-se em qualquer animal ou planta que
desejar. Em contos eslavos eles aparecem muito como grandes cogumelos falantes
e são muito vistos com lobos cinzentos e ursos.
Estes seres
possuem gritos horríveis, podendo também imitar a voz de qualquer pessoa para
atrair seus amigos e familiares para suas cavernas, onde fazem cócegas em suas
vítimas até morrerem. São conhecidos por esconder o machado dos lenhadores,
apagar trilhas, fazer camponeses adoecerem e raptar jovens mulheres. No
entanto, também podem ensinar segredos mágicos aos humanos que tornarem-se seus
amigos. Fazendeiros faziam pactos com os leshiy para que eles cuidassem de suas
colheitas e gado, entregando-lhes a cruz de seu pescoço e dividindo com eles a
comunhão depois das missas cristãs. Esses pactos lhes davam também poderes
especiais. Quando alguém cruzava com um leshiy na floresta ele se perdia,
podendo encontrar o caminho somente se usar suas roupas ao avesso com os
sapatos trocados de pé. Quando mais de um leshiy vive em uma floresta eles
lutam por território, derrubando árvores e assustando os animais.
BABA YAGA

Baba Yaga é
uma bruxa do folclore eslavo ao qual ajudava os bons homens e punia os de
caráter ruim os matando e levando para sua casa, onde os revivia e os
devoravam. Os ossos dos devorados eram usados de vedação para sua casa e os
dentes utilizados na fechadura da porta.
Sua casa era
móvel devido a imensos pés de galinha que a sustentava, a fechadura era uma
boca repleta de dentes pontiagudos que impedia de entrar quem não pronunciasse
as palavras mágicas corretas.
Baba Yaga
possui o nariz avermelhado e arrebitado, um corpo ossudo, narinas largas, olhos
em chama como carvão em brasa (como descrito por Isaac Bashevis) e ao invés de
possuir cabelos saiam cardos (planta) de sua cabeça também é dito que possui
uma força tremenda e que em sua boca seus dentes são de cobre. Ela possui uma
vassoura, mas a utiliza apenas para apagar seus rastros ao voar em um almofariz
impulsionado por um pilão.
O nome
"Baba" significa "mãe" por inicialmente possuir um caráter
benéfico, mas ao longo do tempo lhe foi atribuído um aspecto sinistro. Existem
contos onde Baba Yaga persegue duas crianças na floresta afim de as devorar
(similar a história de João e Maria) essa é uma versão criada pós cristianismo
onde o mito já estava adquirindo aspectos malignos.
DZIWOZOANA OU MAMUNA

Dziwozoana
ou Mamuna são demônios do pântano do sexo feminino da mitologia eslava
conhecido por ser malicioso e perigoso. Conta a lenda que esses demônios eram
parteiras, solteironas, mães solteiras, mulheres grávidas que morrem antes do
parto, bem como as crianças abandonadas, que morreram de alguma forma e levaram
uma grande angústia consigo. Às vezes eles sequestram homens jovens para serem
seus maridos. O Dziwozona tinha seios enormes que eles usava para atacar e
assassinar.
CZERNOBOG

Todas as
mitologias contam com seres que são o lado desvirtuado do bem. Czernobog é a
versão eslava pré-cristã da criatura que hoje conhecemos como o Diabo. Seu nome
significa “Deus Negro” e ele tem todo o poder sobre o mundo das trevas,
convocando os mais terríveis demônios para aniquilar o bem. Sua caracterização
como divindade relacionada à morte e à escuridão, levou-o a ser utilizado como
um personagem sombrio em obras contemporâneas como a ópera Mlada, de Nikolai
Rimsky-Korsakov, e o segmento A Night on Blad Mountain, do desenho animado
Fantasia, de Walt Disney, inspirado em composição de Mussorgsky .
BOGINKI

As Boginki
(do polonês "Deusas pequenas"; singular: boginka) são espíritos na
mitologia polonesa. Tradicionalmente, reuniões de bruxa de mulheres idosas
executariam sacrifícios e rituais para as ninfas das margens de rio. De Boginki
foi dito roubar bebês de seus pais humanos que foram substituídos por Odmience
– Os Modificados. Destes espíritos é dito ser as de idades originais da vida e
preceder os deuses celestes. Também parecem ser os precursores dos Rusalki.
CIKAVAC

Cikavac é
uma criatura mítica na mitologia sérvia, imaginada como um animal alado (um
pássaro) com um bico e um saco longos.
Um cikavac
poderia ser adquirido ao se tomar um ovo de uma galinha preta, que seria então
carregada por uma mulher debaixo da sua axila por 40 dias, e durante este tempo
não confessaria, cortaria unhas, lavaria o rosto ou oraria. O cikavac então
sugaria o mel das outras colmeias e o leite do gado dos outros, e o traria ao
proprietário; cumpriria qualquer desejo do proprietário e também habilitaria
seu proprietário a entender a língua animal.
KARZELEK

O Karzełek
(diminutivo de karzeł – um pequeno, usado para descrever um anão
não-fantástico) ou Skarbnik (o Tesoureiro) na mitologia polonesa vive em minas
e no funcionamento do subterrâneo. São os guardiães das gemas, cristais e
metais preciosos. Protegerão mineradores do perigo e os conduzirão de volta
quando estiverem perdidos. Também conduzem os mineradores aos veios de minério.
Às pessoas que são más ou os insultam são mortíferos; os empurrando para
abismos escuros ou os enviando por túneis, que desabam sobre elas. Arremessar
rochas, assobiar ou cobrir a cabeça de alguém são ações que são ofensivas ao
Skarbnik que avisará o ofensor com um punhado de solo bombardeado em sua direção,
antes de tomar uma atitude séria. A palavra tesoureiros ainda é um mistério, o
nome polonês continua sendo o nome de mais próxima semelhança.
OVINNIK

O Ovinnik é
um espírito malévolo da casa de debulha no folclore eslavo. É propenso a
queimar as casas de debulha ao pôr fogo nos grãos. Para aplacá-lo, camponeses
ofereciam a ele galos e panqueca. Na véspera do Ano Novo, o toque de um Ovinnik
determinaria suas fortunas para o Novo Ano. Um toque morno significava boa
sorte e fortuna, enquanto um toque frio significava infelicidade.
TOPIELEC

Topielec (no
plural Topielce), Vodník ou Utopiec é um nome aplicado à espíritos eslavos da
água. O topielce são espíritos de almas humanas que morreram se afogando,
residindo no elemento de seu próprio falecimento. São responsáveis por sugar
pessoas para dentro de pântanos e lagos tão bem quanto matar os animais de pé
próximos a águas paradas.
KOSCHEI, O IMORTAL

Quando
pensamos em um vilão clássico nos mitos e histórias fantásticas, dificilmente
caímos longe de Koschei, o Imortal. Ele é aquele sujeito que rapta a esposa do
herói e tenta conquistá-la, a despeito do fato de ser um sequestrador sádico e
bastante repulsivo. Só existe uma forma de acabar com a vida da criatura:
destruir sua alma.
Mas é claro
que isso não é nada simples, já que ele a escondeu na forma de uma agulha,
enfiada em um ovo que está dentro de um ganso. A ave, por sua vez, foi colocada
dentro de uma lebre. Não bastando isso, o animal foi trancado dentro de uma
caixa de ferro, que foi enterrada sob um carvalho na ilha mística de Buyan.
Certamente não é uma jornada para qualquer um.
By Stela Bagwell
O IMORTAL JA FAZIA HORCRUX
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